Educação sexual e gravidez na adolescencia

Itaí, 14 de Abril de 2008.


A construção dos alicerces da sexualidade começa na infância com a capacidade de se ligar afetivamente, com a construção da identidade sexual, da imagem corporal, do prazer sexual, da confiança, da auto-estima, da autonomia do respeito e das normas sociais, e valores morais.
Desde muito cedo os pais se encarregam de educar sexualmente seus filhos de maneira informal, passando seus valores e crenças através da convivência.Simultaneamente as relações sociais favorecem trocas intensas de informações sobre normas de conduta. Através do convívio com família, amigos e escola, as crianças aprendem com comportamentos e normas que irão influenciar sua vida sexual. (Esse amplo conjunto de influências exercidas direta ou indiretamente sobre o indivíduo recebe o nome de educação sexual).
Em tempos que os jovens estão cada vez mais cedo iniciando a atividade sexual, faz-se necessário oferecer educação sexual, fortalecendo a compreensão do jovem sobre a existência de DST/AIDS, uso de métodos anticoncepcionais, higiene e gravidez e erradicar o tabu que “não se deve falar de sexo dentro de casa ou na escola”.
É interessante chamar a atenção de pais e educadores para uma problemática a ser desenvolvida sempre, tanto nos núcleos familiares como no âmbito escolar, qual seja a da gravidez na adolescência. Para tanto, relaciono algumas de suas causas e conseqüências:
Causas: Falta de informação, de conhecimento sobre o próprio corpo e o início precoce da atividade sexual; falta de uso de métodos anticoncepcionais, ou uso inadequado deles ou falta de dinheiro para adquirir um método; dificuldade de acreditar na própria capacidade de reproduzir e de avaliar os riscos; praticar o ato sem pensar nas conseqüências.
Conseqüências: Riscos biológicos para a mãe e para a criança; maior incidência de doenças hipertensivas, partos prematuros, ruptura antecipada da bolsa, desnutrição do bebê e da mãe; índice de mortalidade de bebês no primeiro ano de vida; depressão da mãe adolescente; transtornos emocionais e econômicos para os núcleos familiares; interrupção do processo de formação do adolescente (abandono escolar e cultural); falta de apoio da família e dos amigos.
Não esqueça, é no dia-a-dia da família e da escola que o jovem está se fortalecendo e criando seus próprios valores, crenças e normas de comportamento. Portanto, debata com seus filhos essas questões, informe, oriente, usando sempre um diálogo firme e sem pressões. Não deixe para depois porque pode ser tarde demais.


Mariângela Scarton
Psicanalista & Pedagoga
E-mail: mscarton@gmail.com

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