Ser Mãe

Itaí, 06 de Maio de 2008.
Quero parabenizar todas as mães pelo seu dia, mas, sobretudo às mães que sabem sê-lo, pois, “ser mãe” é responsabilidade, compromisso e zelo.
Ser mãe é planejar, não é ter um amontoado de filhos e não conseguir ser mãe de nenhum.
Na teoria psicanalítica (Freud) temos 5 fases fundamentais no desenvolvimento da criança e na formação de sua personalidade que vai do zero aos 6 anos de idade aproximadamente:
FASE ORAL (O-2)-O desejo e o prazer localizam-se na boca e na ingestão de alimentos e o seio materno, mamadeira, chupeta e dedos são os objetos de prazer;
FASE ANAL (2-3)-O desejo e o prazer localizam-se nas excreções (retenção e expulsão das fezes),brincar com massas, tintas, barro, comer coisas cremosas e sujar-se são objetos de prazer;
FASE FÁLICA (3-5)- O desejo e o prazer localizam-se nos órgãos genitais e nas partes do corpo que excitam tais órgãos. Nessa fase, para os meninos a mãe é o objeto do desejo; para as meninas, o pai (Complexo de Édipo).
FASE DE LATÊNCIA – (6-12)- Sentimentos de pudor e repugnância, repressão temporária de interesses sexuais, desenvolvimento de sublimações, o prazer deriva do mundo externo, da curiosidade, do conhecimento.
FASE GENITAL (12 em diante)- Prazer derivado de relações sexuais com o sexo oposto, altruísmo, independência dos pais.
A possibilidade ou não de ter um filho é uma opção que a mulher faz, mas é preciso ter responsabilidade pela humanização dos filhos. Entender que cada fase do desenvolvimento infantil tem suas características próprias; respeitar o limite e o tempo próprio de cada criança, ajudar na superação de cada fase de uma forma natural, sem pressão ou repressão (para Freud a maior parte dos problemas psicológicos dos adultos são decorrentes de repressões sofridas na infância), sobretudo evitando castigos que podem ocasionar traumas irreparáveis.
Segundo Winnicott, “as primeiras semanas de vida, até em torno dos 6 primeiros meses, são decisivos para a formação de uma personalidade segura do ser humano. É necessária uma relação mais do que íntima entre a mãe e o bebê, uma verdadeira simbiose , onde a mãe deve se mostrar suficientemente boa para passar durante os tratos da criança toda a segurança, amor, carinho e atenção que este pequeno e dependente ser exige”. Quando nascemos somos inseguros, despreparados para lidar e sobreviver no mundo. Precisamos da ajuda de terceiros até certa idade para nos vestir, educar, alimentar e andar. Não reconhecemos o que é certo ou errado, somos orientados a reconhecer o que é um e outro dependendo de como é orientada a sociedade em que somos criados. Se quando pequenos não formos amparados e preparados por este “ego” amável (mãe), quando chegar a hora de entrar em cena o superego (padrões, valores, sociedade) seremos agredidos e começaremos a desenvolver neuroses (ou psicoses) paulatinamente, por não termos algo que filtre e elabore o que entra e o que sai de nossa mente.
Mariângela Scarton
Psicanalista & Pedagoga
http://mscarton.blogspot.com

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